segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Quando eu li o título de um artigo que dizia: “Quem salvou quem?”  e vi a foto de um velho cão eu pensei ...hum, acho que é uma dessas histórias que tocam fundo no coração...

Eu estava certo...

“ Eu estava em Augusta, na Georgia onde eu estava por meses após a morte da minha mãe. Num Domingo, meu último dia lá eu fui até o quintal para dar uma última olhada na casa dos meus pais e vi na rua o que me pareceu ser um cachorro muito velho que estava obviamente em stress. Ele andou em semi-círculo e então caiu no chão e estava tentando se levantar novamente. Eu o vi fazendo a mesma coisa por três vezes e então decidi ir até ele.

Esse foi o meu resgate mais fácil porque ele simplesmente não tinha forças para sair correndo; mas também foi o mais emocionante. Esse cão estava na pior situação que eu já vi em  muitos anos recolhendo animais com maus tratos. Ele estava muito magro, desidratado, o olho direito dele estava inchado e infeccionado, ambos ouvidos também estavam com pus, o seu corpo todo estava coberto de feridas abertas, ele estava infestado de pulgas. Todos os seus dentes estavam no nível da gengiva – eu suspeito que devido à anos mastigando a corrente  utilizada para confiná-lo.

Ao ver a minha sombra ele se encolheu e caiu no chão como se ele fosse ser espancado. Eu me sentei na grama, fiz um carinho na cabeça dele e falei gentilmente com ele. Eu estava mostrando a ele que não precisava ter medo de mim. Eu o peguei no colo e o coloquei na minha caminhonete.

Eu comecei a dirigir de volta para minha casa, ele levantou a sua cabeça e me olhou com seu grande olho esquerdo como se me dissesse  “obrigado”, e então pousou a cabeça na minha coxa e permaneceu dormindo assim até o fim da viagem.

Meu veterinário após examiná-lo me disse que ele tinha quinze anos aproximadamente e que a infecção nos ouvidos era a pior que ele já tinha visto. Provavelmente ele estava completamente surdo, mas que ele poderia tratar da condição geral dele, e que ele poderia ter uma boa qualidade de vida, mas que devido aos maus tratos e a idade avançada ele me avisou que  o cão viveria entre seis meses até um ano e meio, e que eu é quem decidiria o que fazer.

Enquanto eu esperava pelo exame eu estava pensando como conseguir o dinheiro para pagar pelo tratamento. O veterinário percebeu a minha preocupação e me disse que se eu quisesse tratar “desse suave senhor “ me daria todo o desconto possível para ajudar. Liguei para um amigo que estava à frente de um grupo de resgate e recuperação de cães após o furacão Katrina. Ele me disse que ajudaria a pagar as despesas com o tratamento caso o veterinário e eu chegássemos a conclusão que ele teria uma boa qualidade de vida.

E assim o fizemos. Eu o batizei de Roadie ( do inglês road ) porque ele estava obviamente  largado há um tempo. Então Roadie foi tratado. Ele permaneceu no veterinário por 5 dias onde ele foi medicado, a infestação de pulgas foi tratada, os ouvidos infeccionados foram drenados e ele recebeu um banho com medicamentos. Todas as questões de saúde foram tratadas e isso levou quase dois meses, mas ele se recuperou completamente.

Os melhores meses da sua vida... brincando com bola até mesmo com a idade avançada

Rodie viveu na fazenda comigo e com meus outros cães e cavalos por sete meses – feliz e cheio de vida. Ele brincava com a sua bola favorita e dormiu na minha cama até aquela manhã que eu temia que chegasse. Eu acordei aquela manhã e chamei Roadie e os outros cães para sair, mas ele não pode se levantar. Eu pensei que ele estava indisposto, então o ajudei a se levantar e o levei para fora para fazer suas necessidades e continuei fazendo assim durante o fim de semana.

 Na Segunda-feira suas pernas já não suportavam o peso do seu corpo, mesmo com a minha ajuda, então como eu fiz sete meses atrás, eu o carreguei ao consultório do meu veterinário de confiança e ele me disse que a hora havia chegado. Eu o segurei nos meus braços e chorei enquanto Roadie deixava esse mundo, mas ele me olhou logo antes das luzes se apagarem dos seus olhos. Eu soube em meu coração que Roadie sabia que eu o amava assim como eu sabia que ele me amava.

Eu e meu  amigo que me ajudou com as despesas com o veterinário o enterramos  na fazenda, junto com sua bola favorita. Eu fui para casa e sentei com meus outros cachorros e chorei, assim como estou chorando agora enquanto estou escrevendo. Eu posso dizer honestamente que eu faria tudo de novo. Veja, semanas antes de eu ter encontrado Roadie, eu tinha perdido a minha mãe, e Roadie, sem que eu tivesse consciência disso naquela fase, me ajudou a atravessar os dias mais escuros da minha vida, focando em ajudá-lo e não na  perda recente da minha mãe.

Eu nunca vou esquecê-lo e do presente especial que ele me deu. E raramente um dia se passa que eu não lembro dele brincando com a sua bola ou com os outros cachorros, andando o mais rápido que podia para estar junto deles, que eu não sorria ou algumas vezes derrame uma lágrima.  Eu tenho um imã no meu Jipe que se parece com a marca da pata de um cachorro que diz: “ Quem salvou quem?”  Eu deixo você decidir."
Don Hill

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